Claudinho Serra: ex-vereador volta a ser preso por suspeita de desvio de R$ 20 milhões dos cofres públicos
05/06/2025
(Foto: Reprodução) Ex-parlamentar, foi preso pela 1ª vez em abril do ano passado. Segundo o MPMS, a organização criminosa continuava ativa, mesmo após a deflagração das operações anteriores. Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra
Divulgação
O ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), voltou a ser preso na manhã desta quinta-feira (5) durante a quarta fase da Operação Tromper, contra organização criminosa voltada às fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia.
O político foi preso inicialmente em abril do ano passado, durante a terceira fase da operação. Meses depois, foi liberado com o uso de tornozeleira eletrônica. O ex-vereador retornou à prisão porque a organização criminosa, chefiada por Claudinho Serra, continuou operando mesmo após as fases anteriores da operação, segundo apurou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
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Ao longo de toda a investigação, o MPMS constatou que contratos identificados e objetos da investigação alcançaram o montante aproximado de R$ 20 milhões.
A casa do ex-vereador foi alvo de mandado nesta manhã. O advogado do ex-parlamentar, Tiago Bunning, disse que não foi comunicada a prática de crime e o cliente segue sendo monitorado com uso de tornozeleira eletrônica desde abril do ano passado. Confira a nota na íntegra:
"Cláudio Serra Filho está afastado da vida pública e não ocupa mais cargo político. Está sob monitoramento eletrônico, fazendo uso de tornozeleira desde 26/04/2024, ou seja, há 14 meses. Neste período não foi comunicada a prática de crime e não houve violação das medidas cautelares. Não existem motivos para uma nova ordem de prisão. A defesa aguarda ter acesso aos autos para se manifestar a respeito do conteúdo da investigação".
Nesta fase são cumpridos três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão.
As investigações apontaram que houve contratos milionários com empresas de engenharia e pavimentação asfáltica, ou seja, a organização criminosa permaneceu ativa mesmo após a deflagração das operações anteriores e a aplicação de medidas cautelares.
Segundo o MPMS, foram reunidos diversos elementos que comprovam o pagamento de propina a agentes públicos, além dos crimes atuais de ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores provenientes dos crimes antecedentes.
A operação conta com apoio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC), do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.
Prisão de ex-parlamentar
Claudinho Serra foi preso na terceira fase da operação em 2024, que apura o envolvimento do político em esquema de corrupção na prefeitura de Sidrolândia (MS). Na época, a investigação identificou o rombo de R$ 15 milhões aos cofres públicos, quando o político era secretário na prefeitura de Sidrolândia. Ele ganhou a liberdade pouco tempo depois, mediante uso de tornozeleira eletrônica.
O parlamentar atuou entre abril a dezembro de 2021 como diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes (Funesp) de Campo Grande. Depois, assumiu a Secretaria Municipal de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia. Claudinho Serra é genro da ex-prefeita do município, Vanda Camilo (PP).
Operação Tromper
A 1ª fase da Operação Tromper foi deflagrada em maio de 2023 contra esquema de corrupção no município de Sidrolândia. A investigação apontou a existência de um esquema de ações destinado à obtenção de vantagens ilícitas, por meio da prática de crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude às licitações, associação criminosa e sonegação fiscal desde 2017.
A 2ª fase da investigação foi deflagrada em julho do mesmo ano, quando foram cumpridos quatro mandados de prisão e cinco de busca a apreensão.
Segundo o MPMS, o desdobramento da primeira etapa da operação identificou um “conluio” entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a prefeitura.
A investigação identificou ainda a existência de uma organização criminosa voltada as fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.
Em relação ao nome da ação, o MPMS, explica que "Tromper" é um verbo da língua francesa, que significa “enganar”.
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